segunda-feira, 5 de maio de 2008

Base de Hassi - Primeiro reconhecimento

Vamos voltar então à Base da Repsol em Hassi Messaoud.

Como o João e o Faísca já tinham as chaves dos quartos deles, fomos pousar lá as coisas deles e os meus computadores, para as coisas não ficarem para ali atiradas no chão ao pé das escadas. Os quartos são todos, ou quase todos, individuais, com WC também individual. Não tinham grande aspecto mas estavam quase limpos, não tinham toalhas mas tinham TV e água corrente.

Depois de eles estarem instalados, fomos então à procura do restaurante para almoçarmos. Subimos uma das ruas que ainda não tínhamos explorado a pé, na esperança que fosse por ali…. E não é que era mesmo?

Ao subirmos a rua, vimos do lado esquerdo a piscina, talvez com uns 15m por 4m e do lado direito uma grande esplanada. Na piscina, havia duas partes, uma menos funda, para dar umas braçadas e talvez mesmo, fazer o amor numa noite de loucura, e uma outra parte, com três metros e tal de profundidade para dar mergulhos da prancha que lá estava instalada! Como podem ver, grandes instalações!

Na piscina estavam duas senhoras com cerca de 50 anos, a apanharem sol de bikini e com ar de que não fazem nada na vida. A minha opinião, é que são casadas com algum boss da base e são autorizadas a viver lá de vez em quando, para não terem saudades dos maridinhos (eu acho que elas só lá vão para apanhar sol, porque de resto, devem preferir estar sozinhas em casa, a gastar o $ dos maridos e a trocar de amantes trintões de 15 em 15 dias…).

A esplanada do lado direito, soubemos depois, estava ainda fechada, a inauguração vai ser daqui a umas semanas.

Ainda parvos a olhar para a piscina, ouvimos uma musiquinha e decidimos ir investigar porque eram quase horas de almoçar e como não tínhamos os calções de banho vestidos e as senhoras eram capazes de serem sensíveis a três pilinhas de fora, guardámos as nossas “partes” para nós mesmo.

Passámos ao lado da piscina, ainda espantados com a qualidade de vida, descendo por umas escadas. Não havia indicação de nada de restaurante, embora houvesse uma seta que apontava para a esquerda e que dizia “GYM”… Na… Está calor de mais para ir fazer qualquer tipo de exercício. Andamos mais um pouco e vemos mais outra mulher, acima da média, a dirigir-se na nossa direcção. Limpámos a garganta, pusemos a nossa voz mais sexy e perguntámos:

“Que flor mais bonita no meio de todo este deserto. A tua flor já tem dono?”

…..

…..

Era lindo que tivéssemos perguntado isso não era? Mas não perguntámos… Pena! O que perguntámos foi se ela nos sabia dizer onde era o restaurante, ao que ela responde que era sempre em frente e como viu que éramos novos por ali, fez logo questão de nos dar as boas vindas e de se apresentar como a responsável pelo entretenimento ali na base. Claro que nas nossas inocentes cabeças, não nos passou nenhuma das ideias parvas que vocês estão agora a lembrar-se, do género:

“Eu quero é que me entretenhas mais logo, ó querida!”

Ou então:
“Vem aqui entreter o paizinho e depois recebes um chupa!”

Não, não, não! Nada destas piadas parvas foram alguma vez ditas por nós. A nossa mente é muito limpa e inocente e estávamos ali para trabalhar. Ao seguir as indicações da amável senhorita, fomos parar a uma esplanada ainda maior que a anterior, que tinha umas mesas no centro, tapadas por chapéus de sol enormes e à volta uns sofás de verga cercados por vegetação e árvores com aspecto bem saudável.

O restaurante estava ainda fechado, abria passado 20 minutos e por isso fomos explorar a parte da direita. Era o bar. Lá dentro, além do obrigatório ar condicionado, as paredes estavam cobertas de bandeiras de vários países, onde a nossa claramente estava em falta, já somos 5 portugueses a trabalhar aqui e queremos que o número aumente. Do lado esquerdo era o balcão e do lado direito havia uma TV gigante e uma mesa de bilhar.

Fomos até ao balcão, onde fomos atendidos por um barman com a camisa mais feia que vi nos últimos meses! O filme dele preferido deve ser o “Cocktail” com o Tom Cruise, filme esse que na altura que foi feito, aquela camisa, em alguns países do terceiro mundo, ainda era quase aceitável… Pedimos 3 cervejas, que custaram um total de 7 euros, cerca de 700 dínares. Bebemos as cervejas, enquanto o João mandou uma tareia ao Faísca no bilhar e entretanto ficou hora de almoçar.

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