terça-feira, 29 de julho de 2008

Vacaciones

Meus caros,
cá ando eu por terra lusas e por isso a menor atenção ao blog.
As coisas têm sido o costume, piscinoca (ainda nao fui à praia), copos, uma ida no sábado ao Tamariz (quase que detestei!), jantares quase todos os dias com alguns amigos e a inevitável festa de aniversario do meu irmaozinho (o de 22 anos).
E o que lhe ofereci? Um carro telecomandado... Infantil não é? Mas era o desejo dele há já muitos anos...
Mas ao menos já passou no teste do código, pena os 4 anos de atrasos!!
Vou acabar por hoje, tenho "cenas" para fazer!! Abreijos

quarta-feira, 23 de julho de 2008

"O" Livro - o final

Ontem, a pedido da a_crazy e por alguma curiosidade minha em relação ao que tinha acontecido a Missy, saltei algumas páginas (cerca de 100…) e li as últimas 50 páginas do livro “The Shack”. O canadiano disse-me que o livro no fim tem um “nice twist” e por isso eu devia acabar… vamos ver então…

No sítio onde retomo a leitura, Mack está a dar um passeio de barco com Jesus (já não me lembro que ia a remar, ou será que o barco tinha motor? Será que era preciso remar ou ter Jesus a bordo é suficiente para o barco seguir o rumo que ele quiser? E se for um barco a vela, será que é preciso esperar por bons ventos ou o miúdo faz o vento soprar por onde quiser?), a falarem sobre as baboseiras do costume… fico a saber pela conversa, que Mack já lá está com as santidades todas há 2 dias e como chegou na 6ª feira, quer dizer que passou o fim de semana.

Descubro também, que numa das noites, ao sonhar com o pai e ao vê-lo de novo, soube e conseguiu perdoa-lo e por isso o pai já pode descansar em paz. E para meu grande deleite, aprendo que tal como Jesus, Mack há instantes atrás conseguiu andar sobre as águas, mas molhou os ténis e as meias, razão pela qual Jesus quando faz tal feito, descalça-se sempre não vá a sapatilha ganhar humidade e fungos (juro que lá estava lá escrito que Jesus tira sempre os ténis e as meias, a parte das razoes é que já são conclusões minhas!).

Ao voltar para a barraca, Deus tinha preparado paparoca para todos, embora as santidades não precisem de comer, dizem que gostam de cozinhar e de fazer companhia ao Mack, por isso, ala encher o bandulho! Depois de comerem comida verde (descrição do autor), Deus e Mack vão dar um passeio, levando prendas de Jesus.

Após andarem duas horas, Deus pára num sitio para falar com Mack, dizendo que lhe tem de mostrar uma coisa que lhe vai doer muito mas que ele tem que saber aceitar. E já que está a falar nisso, aproveita para meter o tema perdão na conversa. Diz que Mack tem que saber perdoar o raptor da filha, porque não cabe aos Homens castigar os seus semelhantes, cabe aos Homens saber perdoar e depois Deus trata do assunto com os pecadores, embora Deus tenho dito que não os castiga porque já viveram com uma “cruz” em cima a vida toda (já viram bem a conversinha de mariquinhas deste gajo? Somos todos amigos e os pecadores deixa-os estar, já sofreram demasiado por violarem, matarem, roubarem, enganarem… eu acho que este Deus, deve pertencer ao Tribunal que condena os nossos dirigentes futebolísticos com penas suspensas e com arquivo de processos).

Mack diz que não consegue perdoar o raptor pelo que fez à Missy, mas Deus adianta logo que Missy já perdoou por isso não há razão para Mack não perdoar. Mack chora ali um bom bocado, como faz frequentemente durante o livro todo e passado um bocado de conversa da treta consegue perdoar o raptor. Deus aproveita a dica e diz que Mack tem que ter atenção porque, Kate, a filha do meio, acha que a culpa é dela porque foi ela que fez a canoa virar-se há uns anos atrás.

Deus mostra então umas marcas vermelhas no chão, aparentemente feitas pelo raptor para saber onde era o seu esconderijo. Seguem as marcas e chegam a uma pilha de pedras que estão a tapar uma gruta. Os dois reúnem esforços e começam a tirar as pedras e ao destaparem a entrada, entram na gruta de gatas e andam assim uns 2 minutos. O cheiro começa a ser mau demais, então Deus, que parece que há uns anos a lidar com mortos já não repara no cheiro, diz a Mack para ver a prenda que Jesus lhe deu. Mack vê que é um lenço com cheirinho a alfazema (acho que ficava melhor com cheirinho a alfazema por isso deixem-me contar a historia assim) e põe à volta do nariz e boca para não sentir o cheiro nauseabundo. Continuam a gatinhar (Deus não podia ter feito esta gruta um bocadinho mais alta para não ter que gatinhar?) e chegam a um sítio onde Mack descobre o corpo de Missy sem vida (deviam estar à espera que ela ainda estivesse viva passados três anos e meio….) coberto por um lençol. Pega na nela e sai da gruta com Deus. Os dois tapam outra vez a gruta e voltam para a cabana, andando Mack, as tais duas horas, com o corpo da filha no colo, mas sem se sentir cansado (é o que dá ter os amigos certos…).

Ao chegar à barraca, fazem o enterro da miúda e perguntam ao Mack:

“-Queres ficar connosco aqui e com a tua filha ou preferes voltar para a (BOAZONA) da tua mulher, os teus filhos e os teus amigos?

-Deus, o que faço na minha vida tem alguma importância?

-Basta fazeres uma coisa importante para a tua vida já ter importância.

(já me sinto importante só por escrever num blog)

-Entao, quero voltar!

-Acho que é a resposta certa! (acha? Acha ou sabe? Afinal quem é Deus aqui?!)”

E pronto, Mack foi trocar de roupa, porque andava com roupa de trabalho como as santidades e ao voltar para a sala viu que eles já se tinham ido… saiu da cabana e tudo voltou ao mesmo, a primavera foi-se embora e o frio e a tempestade voltaram…

Pegou num carro, fez o caminho para casa da mesma maneira que voltou mas passado cerca de meia hora, ao arrancar num semáforo é abalroado por um carro conduzido por um bêbado. Mack acorda passados uns dias no hospital, onde toda a gente fica muito feliz por vê-lo. Fala então com Kate e diz que a culpa não foi dela, que ela escusa estar com merdas de depressões e cenas à adolescente, e que vai ficar tudo bem. A mulher conta-lhe que o acidente tinha sido numa sexta-feira e não num domingo como Mack pensava, o que lhe fez ver que tudo tinha sido um sonho.

Dois meses depois de sair do hospital, Mack leva a mulher e a policia à gruta, onde o corpo da Missy realmente estava (Deus sabe mesmo umas coisas), e a policia nem ficou muito surpreendida por o pai saber onde a filha estava, como tinha álibi, estava tudo bem com eles!

E o autor acaba o livro, dizendo nas ultimas duas linhas, que o assassino foi encontrado graças às marcas que ele deixou no chão da gruta (CSI em grande!) e que os corpos das outras meninas foram todos encontrados.

FIM

Agora, perguntam vocês, valeu a pena ler o livro quase todo? Não! Mas ao menos, nestas duas noites, não gastei dois filmes que me faltam ver e assim guarda para a próxima viagem à Argélia!

E não se esqueçam, as santidades andam sempre aos trios, Deus, Jesus e outro qualquer que não me lembro o nome, e não, não é o Espírito Santo, isso tinha sido óbvio demais!

terça-feira, 22 de julho de 2008

"O" Livro


Como vos disse ontem, tinha para ler um livro que o canadiano me tinha emprestado, de 250 páginas, até amanha, quarta-feira.

Ora como o tempo escasseava (felizmente, quer dizer que estou quase a ir embora!), ontem decidi começar a ler o livro e tentar chegar a meio, ou pelo menos até à pagina 100. Então, quando saí do “escritório” e fui para o quarto, decidi aparar a barba (porque hoje poderia não ter paciência e assim chego com bom aspecto à base e a Madrid), tomei banho, comi a minha frutinha e deitei-me na cama, com o portátil a tocar Jack Johnson, prontíssimo para ler.

Pela primeira vez, olhei para o livro com olhos de ver, chamava-se “The Shack” e o autor era William Young. Na contracapa era só descrições positivas sobre o livro e de vez em quando nessas descrições alguém dizia coisas sobre Deus ou religião mas achei que era tipo uma passagem ou outra, por isso arrisquei tudo e comecei a ler.

O livro começa, como quase sempre, com a apresentação da personagem principal, o Mack, que está sozinho em casa, onde trabalha fazendo vendas por telefone, e lá fora está uma enorme tempestade, com neve e chuva ocasional. Então, decide ir ao correio para ver se há alguma novidade e lá só encontra uma carta que diz:

“Mack, há quanto tempo… No próximo fim-de-semana vou estar na cabana, aparece por lá, papa”

Ora eu vejo isto e parece-me ser uma carta do pai do Mack a combinar qualquer coisa. Mas o escritor informa-me de seguida que o pai de Mack morreu quando ele tinha só 6 anos. Olá… queres ver que o Mack é amigo pessoal do Papa? E será q isto foi escrito ainda com o João Paulo ou já é do tempo do Bento? Esperar para ver…

Mas afinal não, mais à frente, o autor elucida-nos ao explicar que Papa é como a mulher de Mack (chamada Nan) trata Deus, visto ela dar algumas palestras sobre a relação entre as pessoas e Deus (ou no caso dela Papa, nome que só usa na intimidade com a família… e não, quando digo intimidade, não é quando está a fazer o amor com o Mack e diz “ai meu Papa, não pares, aí, aí, isso…”. Não é esse tipo de intimidade, embora ache que se calhar teria mais piada se o livro tomasse esse rumo!).

Conclusão, o Mack tem uma carta escrita por Deus, a combinar um encontro na cabana no próximo fim-de-semana.

Como leio muitos livros de suspense, policiais e de terror, pensei logo que íamos ter um “mind game” de algum arqui-inimigo de Mack, o que me começou a agradar, parece que o livro afinal era giro, tal como o canadiano me tinha garantido.

A pergunta que se punha agora era: “mas que cabana?”

Seguindo a minha linha de raciocínio, o autor começa a explicar o que aconteceu ao Mack há quase 4 anos atrás. Contando de uma maneira muito rápida e sucinta, o Mack foi com os 3 filhos acampar (a mulher não foi porque tinha cenas para fazer) durante 4 dias. No ultimo dia, os dois filhos mais velhos, vão andar de canoa enquanto o Mack arruma as coisas para irem embora e a filha mais nova (a Missy) está a colorir um livro. Nisto, o Mack ouve um grito e são os filhos mais velhos que viraram a canoa e estão a afogar-se. Ele corre, salva os dois e quando volta para perto da Missy, ela não está lá. Procura por todo o lado, toda a gente ajuda, autoridades, outros campistas, cenas e mais não sei o quê, até que descobrem que um adolescente, que estava de ferias com amigos, viu uma menina a ser levada num jipe. Mais buscas, o jipe é visto noutra estrada, mais buscas e buscas e finalmente descobrem uma cabana onde é encontrado o vestido da Missy coberto de sangue mas mais nada. Nem vestígios do raptor.

Mais tarde, é descoberto perto do livro de colorir da Missy um “broche” (no sentido decorativo…) de uma joaninha, joaninha essa com 5 pintas pretas na carapaça. E ao ouvir uma conversa entre policias, Mack descobre que este raptor faz sempre a mesma coisa, deixa uma joaninha no local do rapto, sendo que a pintas estão sempre a aumentar, 5 pintas quer dizer que é a quinta menina e não há o mínimo vestígio das outras meninas.

E pronto, estava a gostar! Sim senhor, o autor escreve bem, a historia não é maravilhosa mas estava a correr tudo bem. Já ia com 75 páginas e nem era muito tarde, siga com a história.

O enredo volta então à realidade onde vemos Mack sem saber o que fazer… Mas por acaso, a mulher vai passar o fim-de-semana fora com os miúdos e então ele aproveita e vai mesmo até lá à cabana. Pede o jipe a um amigo e uma pistola, não fosse aquilo ser algum tipo de ratoeira.

Estava a aquecer, pensei eu. Viagem até à cabana… chega à porta, pergunta aos berros se está ali alguém, ninguém responde… começa a ir embora, sem perceber bem porque foi ate lá, o que esperava encontrar. Mas aqui é que as coisas viram…

De repente, ele sente um bafo quente pelas costas (não, nada de paneleirices…) e a paisagem começa toda a mudar, a tempestade dá lugar ao verde dos montes, o cheiro das flores, bla bla bla bla… comecei logo a sentir uma comichão… estava a descambar…

Tinha ficado tudo primaveril à volta do Mack. Ele volta atrás e entra em casa, onde vê uma mulher preta vestida como empregada doméstica e pergunta-lhe o nome e ela responde “Papa”, depois entra uma asiática à qual ele pergunta o nome e ela responde “há quem me trate por Jesus” e para acabar com o ramalhete, entra um árabe com ar de marceneiro que diz que se chama um nome estranho qualquer que felizmente já não me lembro…

As conversas com estas pessoas continuaram, a falarem sobre bondade, a Humanidade, a vida de Mack, a Missy, etc, até houve uma altura em que Mack pergunta à preta:

“-És Deus?”

Ao que respondem os três em uníssono “-Sim!” ?!?!?!?!!?!??!!? O que é isto?!?!!?

De repente, senti que estava à porta de minha casa a receber testemunhas de Jeová ou que tinha entrado, por engano, numa missa da IURD… medo! Senti uma lavagem cerebral a vir a caminho, tudo o que estava escrito na contra capa começou a fazer sentido, pensei que estava outra vez a fazer a primeira comunhão, onde menti ao padre a dizer que me porto muito bem e que não dava cabo do juízo aos meus pais…

Dei a noite por terminada, dei por gastas duas horas e tal do meu serão e acho que tive pesadelos à pala daquilo… medo… muito medo…

O cavalo e a mula

Isto sim é uma história de grande elevação moral...

Era uma vez uma mula e um cavalo que pastavam juntos numa quinta. De repente o cavalo cai a um poço e grita para a mula:

- Socorro, ajuda-me. Vai chamar alguém! Ajuda-me!

A mula vai a correr chamar alguém mas não encontra. Então tem uma ideia brilhante, vê um Porsche estacionado ali perto, pega nele e guia-o até á beira do poço, ata-lhe uma corda que atira ao cavalo. Depois, guiando em marcha-atrás, salva o cavalo do poço. O Cavalo diz-lhe:

- Obrigado, obrigado, devo-te a minha vida.

Alguns dias mais tarde, estando novamente a pastar, é a vez, infelizmente, da mula cair ao poço, e ela grita para o cavalo:

- Socorro, ajuda-me. Vai chamar alguém!!!

Mas o cavalo diz:

- Calma, acho que consigo de outra forma e mais rápida.

Então o cavalo estica-se todo para dentro do poço e diz á mula:

- Agarra-te ao meu pénis!

A mula prontamente obedece e o cavalo, recuando, assim salva a mula.
***Moral da História:* * *
Se tiverem o pénis idêntico ao de um cavalo, não precisam de um Porsche para sacar mulas...
Palavras para quê?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bat Joke


Muito bom!!

Obrigado pelo mail maezinha!!

Tarefas

Tenho que vos acabar de contar os Encantos Africanos, tenho que ler um livro de 250 páginas emprestado pelo canadiano até quarta feira, tenho que fingir que trabalho, tenho que manter vivas as minhas amizades pelo messenger para ninguem se esquecer de mim, tenho que aturar o espanhol e as suas dúvidas de merda em tudo o que têm a ver com computadores e internet (ainda agora tive que interromper o post para ir lá ajuda-lo a nao apagar tudo...), tenho que verificar se o meu empréstimo no banco vai começar a andar, tenho que confirmar se o meu ordenado de Julho está em ordem porque acho que recebi de menos, tenho que beber litros e litros de água para ver se nao desidrato, tenho andar 10 min várias vezes por dia para ir urinar porque a casa de banho é na casa do pirilau, etc, etc, etc...

Nao me pagam para isto...

Cenas "regais"


Esta imagem foi-me enviada ontem por um francês que trabalha aqui comigo, o Fred. Vinha no mail com o nome de "Desert dune"... ?!?!?! No mínimo um título questionável mas...
Gostava de deixar o seguinte repto (e nao reto porque nego-me a escrever o "novo português") às meninas. Vocês têm 3 grandes hipóteses de serem felizes com os homens...
1- Terem uma cara linda, com uns lábios sedutores e uns olhos maravilhosos;
2- Terem um par de mamas, daqueles de nao conseguir desviar o olhar;
3- Terem um rabo de fazer parar o trânsito, daqueles que conseguem partir cascas de nozes sem ajuda das maos...
Claro que ter dinheiro, ser simpática ou ter outros dotes "horizontais" ajudam sempre, mas sem nenhum destes 3, ninguem vos pega!!
Eu, como nao tenho nenhum deles.... nenhuma princesa me pega! Vidas...

Segunda feira

Aaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh....
Finalmente dia de semana outra vez!!! Voltam as pessoas para o msn, já nao há quebras no sinal da internet porque nos escritórios em Madrid as pessoas voltaram a trabalhar, hoje vou almoçar bife de frango com batatas fritas porque recuso-me a comer "couscous" e só me faltam duas noites aqui no fim do mundo!!!
É sempre a melhorar!!!
Boa semana para todos!!!

domingo, 20 de julho de 2008

Calor

Cúmulo do Calor:

Tomar banho às 7 da tarde, sem mexer na torneira da água quente porque os canos estao a ferver e só há água quente mesmo na torneira da água fria...

Solidao

Cúmulo da Solidao:

Estar a trabalhar há quase uma hora e o messenger ainda estar vazio...

sábado, 19 de julho de 2008

Encanto africano II

Tic tac, tic tac, tic tac… Os minutos passam, lá fora é vento e areia por todo o lado, um calor estúpido e nós ali sentados…

Passado uma hora ou coisa assim, lá temos o desert pass e os passaportes de volta. Saímos do terminal das chegadas, andamos 50m para o lado e entramos no terminal das partidas.

Logo à porta, espera-nos o habitual controlo por raio-x, pôr os telemóveis, carteira e cinto no tabuleiro, malas no tapete e passar pela “portada”. Nas malas e no tabuleiro não há problema, o ridículo é quando passamos na “portada” pois aquilo apita sempre, mas quando digo sempre, não estou a exagerar, aquilo apita mesmo quando não está ninguém a passar. Então, claro que o militar que lá está a controlar aquilo, fica todo contente por poder apalpar tudo o que é homem que passa por lá. Mas o que é ainda mais escandaloso é que à nossa frente, os argelinos apitam todos e o gajo está-se a cagar, quando são pessoas com pinta de estrangeiros, vai de revistar (porque toda a gente sabe se há alguém com tradição de rebentar bombas e andar com armas, são os europeus, nunca os argelinos…).

Mas pronto, mais uma das particularidades do dia a dia de um país africano…

Depois de verem que aparentemente somos seguros, temos que preencher as folhas de saída de Hassi, fazer o “pseudo check-in”, pesar as malas e o nosso bonito corpinho. Tratado disso, resta esperar. Eram umas 9h e o voo seria às 10 mas lá fora o vento continuava na mesma, bem fortinho!

Esperámos, esperámos, esperámos… Conversa com este, conversa com aquele, ali encontra-se sempre alguém conhecido, alguém que trabalha connosco ou já trabalhou. Mas como éramos três portugueses, ao menos estávamos sempre acompanhados.

Os minutos vão passando e finalmente às 10.30, o gajo da Repsol veio-nos dizer que o voo tinha sido adiado para as 14 por causa do vento e por isso íamos almoçar à base. Nada mau, já nos estava a ver a esperar horas e horas no aeroporto, no meio daquela confusão toda, porque os voo estavam todos atrasados por isso meia Argélia estava ali dentro e ar condicionado, que é bom… ZERO!

Entramos então nos carros, malas arrumadas no porta-bagagem, ‘bora para a base.

Chegamos lá e vamos ao escritório dizer olá às pessoas, só para não dizerem que não fomos lá e para não se esquecerem de nós na altura das promoções. “Olá, olá, como é? Tá tudo? Essas ferias?” conversinha banal do costume e pronto, ficamos com aquilo despachado e são só 11 horas, o que vamos fazer? Piscina? Não… temos que ir buscar os calções à mala e depois não temos sitio para tomar banho e teríamos que arrumar os calções na mala todos molhados… e que tal ir ao bar e jogar um bilharzinho? BOA IDEIA!

Lá fomos nós. Toda a base a trabalhar e os três tugas, armados em campeões, a jogar bilhar no fresquinho do ar condicionado, enquanto na TV dava alguns grandes êxitos do ex-preto Michael Jackson. Jogámos um torneio entre os três, todos perdemos um jogo e ganhámos outro, o que me pareceu justo, assim ninguém fica triste. Olha, horas de comer…

Somos quase os primeiros a servirmo-nos e a sentar numa mesa ao pé da fila para a comida. Má escolha! Não tardou, começaram a chegar as pessoas todas também para comer e o lugar era fixe para ver as gajas que trabalham na base, era péssimo porque os nossos chefes também lá estavam e ficaram logo a perceber que andámos na palhaçada em vez de estar a fingir que estávamos a trabalhar no escritório! Que sa foda!!

Almoço comido, vergonha passada, fomos para uns sofás no andar de debaixo do escritório (com ar condicionado claro!) para ver se o tempo passava. Estava lá sentado um geólogo espanhol, que ficou ali um bocado na conversa. Como éramos três e era chato ninguém falar com o homem, ficou mais ou menos decidido que íamos dormitar à vez e aquele que estivesse acordado ia dando conversa ao homem… ate resultou bem!

Tínhamos que ir para o aeroporto às duas, mas finalmente alguém percebeu que seria mais inteligente ligar para lá e saber como estavam as coisas e só quando houvesse confirmação é que se iria. Nestes momentos de espera, estávamos todos as torcer para que a tempestade passasse e ficássemos a dormir na base, onde poderíamos ir à piscina e beber umas cervejas enquanto o ordenado continuava a aumentar! Nada disso… às duas veio o gajo do costume dizer que o voo estava confirmado para as 15 por isso toca a ir para o aeroporto.

Chegados lá, mais uma vez, raio-x, aquilo a apitar, europeus revistados (caga nos outros, naqueles que têm ar de bombistas), malas embarcadas, vistos verificados várias vezes, mais raio-x, sala de espera, autocarro e finalmente avião.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Frase do dia

Dita para uma amiga que por acaso faz anos hoje e está quase (quase quase quase) casada:
"Tu és a minha flor, boneca!"
Bonito e bimbo ao mesmo tempo né? =)
P.S1: Já agora, PARABÉNS Ritinha!!
P.S2: Eu sei que a frase é super bimba, mas a Ritinha merecia =)

Roupa

Hoje é dia de lavar a roupa e como nao há mulheres por perto, parece que vai-me calhar outra vez lavar as minhas boxers e meias...

A falta que as mulheres fazem...

P.S: Um beijinho para todas as meninas que visitam este blog, vocês sabem que eu estou de brincadeirinha.

Encanto africano I

Vou então contar-vos a minha terça e quarta feira…

Segunda-feira saí de Lisboa às 22.20, porque estranhamente o voo saiu a horas! Ora uma hora de viagem até Madrid mais o acerto do fuso, quando lá cheguei eram 00.30.
Apanhei a mala e lá fui de táxi ate ao hotel. Chegar ao hotel, fazer o check-in, uma da manha estava na cama, pronto para dormir. Mas claro que eu como sou, não consigo adormecer logo… volta para um lado, volta para o outro… Ainda eram 2 da manha a ultima vez que olhei para o relógio. Mas pronto, passado pouco tempo, lá adormeci!

E o que acontece às 4 da manha? O meu despertador começa a tocar, eram horas de levantar para ir apanhar o autocarro para o aeroporto. Levantar, tomar banho, vestir, arrumar tudo, 4.30 já estava ao lado do autocarro com o pistolas e o Paulinho, outros dois tugas que andam a furar na Argélia.

Tuca tuca, autocarro parte para o aeroporto, fazer o check-in, ir para a sala VIP tomar o pequeno-almoço, passar os olhos pelo mail, hora de embarcar. Quando fazem a chamada para o nosso voo, como o Paulinho tinha vários electrodomésticos fora das suas várias mochilas (portátil, telemóveis, discos externos…), fomos os últimos a abandonar a sala. Saiu connosco uma das mulheres que trabalha no check-in deste voo que vamos apanhar que é fretado pela Repsol em parceria com a Cepsa.

Obviamente, quem é que já é grande amigo desta mulher? O Sr. Pistolas. Ela é brasileira, tem cara de porca por causa do nariz com narinas enormes e tem um rabo duas vezes maior que o meu, por isso imaginem bem o tamanho!!! Então lá vinha ela e o pistolas em amena cavaqueira, à qual o Paulinho fez toda a questão em se meter. Ora eu como sou um pessoa extremamente simpática, comecei a participar também. Então íamos ali a caminho da porta de embarque, a falar sobre o Brasil, onde gostávamos de ir, fazer praia, cenas e tal. Foram uns cinco minutos de conversa em que os 4 participámos.

Passamos porta de embarque, apanhamos o autocarro e lá vamos nós para o avião do costume, um avião com lugar para mais de cem pessoas e vão lá dentro só uns 20 tristes para a Argélia… Comemos o segundo pequeno-almoço e a mesma brasileira, que tambmém ia connosco no voo, começa a distribuir os papeis para preenchermos para entregarmos à entrada na Argélia. Como houve uma pequena alteração nesses papeis e como nós éramos poucos, ela estava a explicar um a um, onde preencher a data de nascimento e o local. Falou com o Pistolão e com o Paulinho e passado um bocado chegou a minha vez. Chega ao pé de mim e explica-me aquilo tudo mas em espanhol. Eu no fim, pessoa educada que sou, digo-lhe um cordial “Está bem, obrigado!”. Não é que a porquinha olha para mim com um ar muito admirado e diz “Ah!! És português??” O que é que ele pensava?! Que há bocado tinha estado a falar com o único espanhol que sabia falar português?! É que eu tinha estado a falar directamente com ela, a dizer que gostava de ir este Inverno ao Brasil, ir a São Paulo, Rio de Janeiro e outro sítio com muita praia… Será que o ar de porquinha também vem associado à burrice? Enfim…


Chegámos à Argélia às 7.30 horas locais (as mesmas que em Portugal), saímos do avião, a caminho do autocarro e somos esperados, como de costume, por vários militares de espingarda ao ombro, não fosse a malta começar a atirar os garfos de plástico contra os outros aviões e danificar alguma daquelas preciosidades… Tudo com ar de meninos bem comportados, para não apanhar um balázio nos cornos, entramos no autocarro que nos vai levar ate ao terminal, viagem esta que demora uns 35 segundos, graças aos 100m que nos separam entre o avião e o terminal.

Saímos do autocarro, mostramos o visto, andamos mais uns metros, mostramos o visto, o passaporte e os papeis preenchidos no avião, avançamos para o militar seguinte onde entregamos o papel a dizer que objectos de valor levamos (portátil, telemóveis, maquina fotográfica e disco externo), vamos buscar a mala à passadeira, pomos a mala e a mochila no raio-x para verem que tipo contrabando fazemos (desta vez ninguém quis mexer nas minhas boxers sujas nem tive que exibir o meu magnifico francês…) e passamos a última porta, onde já não há mais interrogações, controlos e olhares de cima a baixo.

Por detrás dessa porta, está sempre um homem da Repsol à nossa espera, que fica com os nossos passaportes para nos arranjar o “desert pass” que é como o nome indica, o papel que nos dá permissão para andarmos no deserto, a apanharmos aviões e fazer um numero estúpido de kms de jipe.

Falo com ele, no meu melhor francês, e ele diz-me que o meu voo é às 10 da manha, por isso ia tratar do desert pass e que depois era só embarcar. Vou-me sentar numas cadeiras no canto da sala e entretanto o pistolão e o Paulinho também já estão despachados e sentam-se ao meu lado.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Cenas maradas


Podia ser comprimidos para o enjoo e um camelo, mas neste caso é cocaína e um elefante!!

Back from civilization

A palavra certa é...... AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!

O bafo, o vento que escalda, a areia que entra nas orelhas, as malas que parece que pesam ainda mais à medida que os kilometros passam, o cheiro sempre agradavel dos argelinos, a net que se arrasta, os avioes que se atrasam... é só coisas boas...

A melhor parte, rapaziada, é que estou de volta à Argélia, de volto ao meu poçozito, onde vou poder descansar dos fins de semana passados em Lisboa e da semana passada em Madrid e Tarragona, com muita seca e alguma praia pelo meio.

Hoje estou muito cansado (e drogado) para vos contar tudo, mas amanha, quando acordar freskinho às 5.30 da manha, venho aqui dizer o que foram as minhas últimas 24h...

Saudosos cumprimentos para todos, ate amanha!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Personagens

Na continuaçao da sina da minha vida, mais uma vez me vi cercado por pessoas estranhas.
Desta vez, calhou-me chegar aqui à sonda um velho que será o meu chefe sempre que as nossas rotaçoes coincidirem... Velho de onde? Espanha!
Há três países do mundo dos quais nao gosto dos seus nacionais. Nao sei bem dizer porquê, talvez por nao ir com as caras deles, talvez por nao gostar das equipas nacionais de futebol ou de qualquer outro desporto... mas pronto, nao sei porquê, só sei que nao gosto deles.
E os três países sao a França, a Alemanha e a Espanha. (imaginem bem o que sofri durante o Euro todo para estas três equipas serem eliminadas e só a França foi bastante humilhada. Na final nem sabia quem queria que ganhasse...)
Tendo em conta estes três países, adivinhem com quem ando a almoçar e a jantar? Somos sempre 4 à mesa, eu, o tal velho espanhol, o responsável pela segurança que é Francês e o meu melhor amiguinho aqui que é holandês... Que sorte hâ?!, só faltava trocar o holandês por um alemao e estava composto o ramalhete! (by the way, o meu melhor amiguinho holandês tem 50 anos... ao que o desespero e isolamento chega, quando a pessoa com que falamos mais tem 50 anos... Mas ao menos é um gajo porreiraço...pá!)
Mas voltando à carcaça espanhola. Este velho, o Rodrigo (mas que velho de 60 e tal anos é que se chama Rodrigo?? os Rodrigos sao sempre novos...e betos!), está aqui a trabalhar apenas temporariamente, em substituiçao do outro (também velho) que teve o ataque cardíaco e que via pornografia. Entao é a primeira vez que ele ocupa esta posiçao e é a primeira vez que está neste campo e nesta sonda. Obviamente, apesar de ele ser meu chefe directo, quem é que anda a fazer de baby-sitter? Aqui este vosso humilde amigo.
Entao tenho que lhe andar a dizer onde é tudo, o que dizer nas reunioes, dizer onde é o escritório dos outros, a que horas sao as refeiçoes, com se mexe no computador, corrigir os erros de inglês dos mails que ele manda e, pior de tudo, ele só quer falar comigo porque sou o único, de entre as 200 pessoas (ia escrever homens, mas acho que homens fica muito forte e dá a ideia que somos só homens aqui..ah... espera... somos mesmo só homens...), que fala castelhano.
Conclusao, além de ter que falar com todas as pessoas em inglês, além de estar a tentar aprender francês o mais rápido possível para nao fazer ainda mais figura de tanso, além de ter aulas de árabe ao pequeno almoço (nos últimos dias ele anda mais calmo, deve ter percebido que nao vale mesmo a pena falar comigo em francês porque eu nao percebo muito e a falar ainda sou pior), ainda tenho que obrigar o meu fraco cérebro a falar com ele em castelhano.
E como ele é velho, mexer em computadores percebe cerca de zero! Entao vai de me chamar de 5 em 5 minutos, a perguntar como se abre o mail, para quem se manda, como se fecha, como se apaga linhas, corrigir erros de inglês... Pareço o secretário dele!
Mas o pobre coitado anda muito triste porque como me vou embora amanha, vai ficar sem o seu secretário preferido... Vai ser lindo, este homem aqui sozinho!!
No meio disto tudo, há uma coisa estranha... Ele agora deixou de me tratar pelo nome e trata-me por..... macho!!
Será bom? será mau? será que ele percebe toda a testosterona que tenho aqui a fervilhar? será que ele percebe que sou o macho alfa das redondezas? nao sei bem, mas acho que prefiro nao pensar nisso e agora ir fazer a minha malinha para amanha!!

POMPOAR

Meninas e senhoras,

por favor nao deixem de ir a este site, aprender a "POMPOAR".

Acho que ficamos todos a ganhar com isso!

http://pernasabertas.wordpress.com/2007/11/22/a-arte-de-pompoar/