sábado, 10 de maio de 2008

Piscina e jantar em Hassi

Bem, vou voltar então a Hassi.

Horas de almoçar. O almoço correu bem, a comida era dentro do normal, tipo buffet. Comemos e fomos fazer um bocado tempo para a esplanada. Já eram quase 14h e por isso fomos outra vez falar com o chefe. Ficámos a saber que íamos no dia seguinte, cada um para a sua sonda. Partiríamos às 7 da manha… (Porra para o mundo do petróleo, os dias começam cedo demais!!). O Jaime disse que para irmos dar uma volta e voltarmos às 17 porque ainda precisava de mais não sei o quê… Eles parecem andar sempre inundados de papeladas e dúvidas! Entretanto arranjei um quarto SÓ para mim, pertíssimo da piscina e do restaurante! Óptimo (pensava eu…).

O quarto era normal, talvez com melhor aspecto que os do João e do Faísca, mas tinha as tomadas da electricidade britânicas e o meu adaptador ficou em casa a descansar e por isso não dava para ligar o portátil, nem sequer a TV que o quarto tinha… Vesti os calções e piscina comigo!!

Quando cheguei à piscina, lá estavam as duas senhoras do costume. Posei as minhas coisas numa cadeira, tomei o habitual duche e mergulhei… A água estava mais fria que parecia e no fundo estava cheia de areia muito fina, que o vento insiste a levar para dentro de água. Quando pus a cabecinha fora de água, apercebi-me que o vento que estava a soprar era frio demais e lá de fora, ao Sol. não parecia tão frescote… Não interessa, pensei, vou ficar todo dentro de água e pôr os pauzinhos ao Sol para ver se ganho uma corzinha. Ali fiquei um bocado, dentro de água, virado para o Sol, a pensar na vida e na grande mudança que me estava a acontecer.

Passado alguns minutos, chega o Faísca e o Sonik cheios de moral para darem grandes mergulhos, mas começa-se a levantar um vento estranho e quando eu disse que não estava assim tão agradável a temperatura depois de me molhar, decidiram ficar só pela passagem pelo chuveiro da piscina.

Enquanto estávamos nesta de vai, não vai, para entrar na água, reparamos que as duas mulheres que também estavam na piscina, não paravam de olhar para nós… Humildes e modestos como somos, a primeira hipótese que se põe, é que estão doidinhas para meter o dente em carne fresca! Só isso fazia sentido, todas as outras explicações eram complicadas demais. Confesso que houve uma altura ou outra que ainda pensei que elas fossem dizer que a água estava com algum problema ou que aquela areia era nociva para a pele, mas como isso era muito rebuscado, o simples e normal seria que elas estivessem doidas com três tugas com um palminho de cara bastante atraente.

Ainda estou dentro de água quando elas começam a meter conversa com os outros dois meninos. Aí pensei logo, pronto, sou o elo mais fraco, os pares estão feitos, vou ficar a chuchar no dedo… Elas começam a apontar para um dos cantos da piscina… Será que era ali que os queriam possuir?

Nessa altura tudo fez sentido, as cordiais senhoras apenas estavam a dizer que as toalhas da piscina estavam guardadas numa caixa ali ao fundo e que nós podíamos ir lá buscar. Lá fomos os três buscar as toalhas azuis, no meio de muitos agradecimentos e com as ideias de grande festarola com umas mulheres bem maduras a esvanecerem-se nas nossas cabecinhas.

Ali ficámos, deitados nas espreguiçadeiras ao sol, embora rapidamente tenhamos sentido a intensidade do sol africano, e a opção sensata seja ficar sempre à sombrinha. Enquanto descansávamos de este dia puxadíssimo (não esquecer que acordámos em Madrid às 4 da manha), o Faísca tirava fotografias a tudo o que via e eu tentava passar pelas brasas, porque já sou uma pessoa com alguma idade e tenho que fazer a siesta…

À hora combinada lá saímos da piscina, fomos aos quartos trocar de roupa (eu aproveitei para tomar banho porque aquela água não me inspirou grande confiança e lá fomos outra vez para os escritório. Mais uma vez, bla bla bla, bla bla bla e pronto, teríamos que estar às 7 da manha, à porta do escritório para irmos de autocarro para o aeroporto e depois, cada um para a sua sonda. A quebra do Tuga’s drilling team estava iminente.

Fizemos tempo até ao jantar, nem sei bem a fazer o quê, e lá nos dirigimos para o restaurante. Para grande espanto nosso, ao contrário do que tinha acontecido à hora do almoço, onde as mesas estavam todas sem toalhas nem mariquices, dando um ar bastante informal à refeição, agora ao jantar os empregados estavam vestidos a rigor, as mesas pareciam prontas para um casamento e no meio da esplanada estava uma mesa de misturas à espera de um DJ.



O jantar era mais uma vez buffet, mas cheio de requintes e paneleirices impróprias para quem está no meio do deserto. Pensar que a algumas centenas de metros, tudo à volta é só areia, não há pingo de água, vegetação inexistente ou moribunda, e ali, tínhamos uma piscina enorme, empregados a servir à mesa, jardins a rodearem a esplanada com um verde super saudável e dezenas e dezenas de estrangeiros, sentados a comer à mesa, na maior das seguranças e completamente alheios ao que se passava do outro lado dos muros.

Jantámos e enquanto o Faísca bebia o seu café habitual, fomos para uma mesa mais exterior apreciar a noite. No centro de tudo, o DJ estava a passar música recente misturada com alguma música clássica, o que às vezes até doía quando trocava de música, visto as transições não serem nada suaves.

Ali ficámos até perto das 22, hora a que decidimos recolher aos quartos para ver se dormíamos. Ora este vosso amigo, como ficou com o quarto a uns 50m da esplanada, deitou-se na cama e ficou com a música vinda lá de fora a martelar-lhe nos ouvidos e o pior de tudo, é que a música tinha passado a exclusivamente argelina e o volume parecia ser cada vez maior…

À meia-noite, o pobre rapaz lá desistiu de pôr mais música e ainda consegui dormir umas 5 horinhas…

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