5ª feira, dia 24 de Abril, ponho os cotos pela primeira vez em solo argelino!!
O aeroporto era mais ou menos o que eu estava à espera, nada de modernices, tudo simples, só com funcionários da alfândega e do aeroporto.
Pomo-nos na fila para mostrar o passaporte, o visto e os papéis que preenchemos no voo a dizer os nossos dados pessoais e se trazíamos dinheiro ou material com valor connosco. A fila anda relativamente rápido, para um país africano e quando chega a minha vez, lá vou eu com o meu ar mais simpático possível, porque já sei que a minha cara normal não é das mais simpáticas e num serviço de alfandega, isso é coisa para arranjar confusão…
Chego lá e dou-lhes os papéis logo todos para a mão, como pessoa prestável e não conflituosa que sou! Ele lá pega nas coisas e passado alguns segundos diz:
“Mousier Tiago….”
Nunca ninguém tinha dito o meu nome com tanta pompa e circunstância… Senti-me quase importante. Ele basicamente só disse Sr Tiago em francês, mas como não estou habituado soube bem ouvir. Vi logo que aquilo ia correr bem por isso respirei fundo. Ele ainda disse “Lisbonne?” e eu confirmei, carimbou-me os papéis e deu-me licença para entrar no seu país.
Pego na minha mala que já estava à minha espera no chão do aeroporto e tenho que passar com todas as malas pelo RX para eles verem que tipo de bombas é que eu exporto de Portugal. Ponho tudo no pequeno tapete rolante e quando estou a recolher as minhas malas do outro lado, há um preto que se levante e diz para o outro que estava encarregue das vistorias:
“Ramala rame rame, chamala rama xalamz ra”
E eu a pensar “Olá, queres ver que vou ter problemas?? Não estava nada à espera….”
Lá fui eu, com o meu ar simpático para o sítio da vistoria das malas, que era 2m ao lado. Digo-lhe um simpatiquíssimo “Bon Jour” para mostrar como sou uma pessoa afável e cordial. Ele pede-me para abrir a mala grande, desvia umas cuecas sujas, o casaco mal dobrado, a camisa amarrotada e consegue, no meio daquela confusão toda que são as minhas malas em geral, encontra o meu disco externo. Ao passar no RX, deve ter aparecido só uma coisa negra e eles não perceberam o que era (lá veio outra vez à baila a dúvida sobre o tipo de bombas…). E o senhor que me estava a mexer na roupa suja, tira o disco para fora da mala e pergunta-me em francês o que era aquilo.
Pensei logo, como é que vou explicar em francês o que é aquilo e ainda por cima, reparo que me tinha esquecido de o declarar. Tinha só posto os 2 “laptops”, os 2 telemóveis e a calculadora. Pensei dizer “c’est le sitie oú je garde le filmes pour observer avec mon computader” que acho que é uma frase perfeita, além do nítido francês, é uma frase que só por si diz muito.
Mas achei que se calhar devia remeter-me à minha ignorância e disse qualquer coisa assim:
“C’est le memoire pour mon computador”… Silêncio… OK diz ele e deixa-me arrumar pacatamente as boxeurs, que teimavam em saltar cá para fora para verem o chão do aeroporto de Hassi Messaoud.
Tudo resolvido, dirigimo-nos os 3 cá para fora em direcção ao autocarro que nos levaria para a base da Repsol. Entramos no autocarro, relativamente bem instalados e com as malas quase arrumadas e aqui vamos nós a caminho da base, pela estrada fora.
As vistas eram o que estava à espera, um pouco parecido com o Congo ou o Gabão, onde as casas e os muros parecem ser erguidos mas depois ninguém faz nada com as construções e por isso ficam ali ao abandono anos e anos. Foi uma viagem tranquila, onde passámos por uma rotunda com um placar do Zidane (de origem argelina…ah já agora, era um jogador de futebol!) e vimos algumas pessoas com a metralhadora ao ombro, o que é sempre motivante!
Passados 10 min, chegámos à base, depois do condutor do autocarro, que ia mesmo à minha frente, ter cumprimentado cerca de metade da população da Argélia, visto parecer conhecer toda a gente. Passamos pelos portões e dali a nada estacionámos.
Querem saber mais? Amanha há mais!
O aeroporto era mais ou menos o que eu estava à espera, nada de modernices, tudo simples, só com funcionários da alfândega e do aeroporto.
Pomo-nos na fila para mostrar o passaporte, o visto e os papéis que preenchemos no voo a dizer os nossos dados pessoais e se trazíamos dinheiro ou material com valor connosco. A fila anda relativamente rápido, para um país africano e quando chega a minha vez, lá vou eu com o meu ar mais simpático possível, porque já sei que a minha cara normal não é das mais simpáticas e num serviço de alfandega, isso é coisa para arranjar confusão…
Chego lá e dou-lhes os papéis logo todos para a mão, como pessoa prestável e não conflituosa que sou! Ele lá pega nas coisas e passado alguns segundos diz:
“Mousier Tiago….”
Nunca ninguém tinha dito o meu nome com tanta pompa e circunstância… Senti-me quase importante. Ele basicamente só disse Sr Tiago em francês, mas como não estou habituado soube bem ouvir. Vi logo que aquilo ia correr bem por isso respirei fundo. Ele ainda disse “Lisbonne?” e eu confirmei, carimbou-me os papéis e deu-me licença para entrar no seu país.
Pego na minha mala que já estava à minha espera no chão do aeroporto e tenho que passar com todas as malas pelo RX para eles verem que tipo de bombas é que eu exporto de Portugal. Ponho tudo no pequeno tapete rolante e quando estou a recolher as minhas malas do outro lado, há um preto que se levante e diz para o outro que estava encarregue das vistorias:
“Ramala rame rame, chamala rama xalamz ra”
E eu a pensar “Olá, queres ver que vou ter problemas?? Não estava nada à espera….”
Lá fui eu, com o meu ar simpático para o sítio da vistoria das malas, que era 2m ao lado. Digo-lhe um simpatiquíssimo “Bon Jour” para mostrar como sou uma pessoa afável e cordial. Ele pede-me para abrir a mala grande, desvia umas cuecas sujas, o casaco mal dobrado, a camisa amarrotada e consegue, no meio daquela confusão toda que são as minhas malas em geral, encontra o meu disco externo. Ao passar no RX, deve ter aparecido só uma coisa negra e eles não perceberam o que era (lá veio outra vez à baila a dúvida sobre o tipo de bombas…). E o senhor que me estava a mexer na roupa suja, tira o disco para fora da mala e pergunta-me em francês o que era aquilo.
Pensei logo, como é que vou explicar em francês o que é aquilo e ainda por cima, reparo que me tinha esquecido de o declarar. Tinha só posto os 2 “laptops”, os 2 telemóveis e a calculadora. Pensei dizer “c’est le sitie oú je garde le filmes pour observer avec mon computader” que acho que é uma frase perfeita, além do nítido francês, é uma frase que só por si diz muito.
Mas achei que se calhar devia remeter-me à minha ignorância e disse qualquer coisa assim:
“C’est le memoire pour mon computador”… Silêncio… OK diz ele e deixa-me arrumar pacatamente as boxeurs, que teimavam em saltar cá para fora para verem o chão do aeroporto de Hassi Messaoud.
Tudo resolvido, dirigimo-nos os 3 cá para fora em direcção ao autocarro que nos levaria para a base da Repsol. Entramos no autocarro, relativamente bem instalados e com as malas quase arrumadas e aqui vamos nós a caminho da base, pela estrada fora.
As vistas eram o que estava à espera, um pouco parecido com o Congo ou o Gabão, onde as casas e os muros parecem ser erguidos mas depois ninguém faz nada com as construções e por isso ficam ali ao abandono anos e anos. Foi uma viagem tranquila, onde passámos por uma rotunda com um placar do Zidane (de origem argelina…ah já agora, era um jogador de futebol!) e vimos algumas pessoas com a metralhadora ao ombro, o que é sempre motivante!
Passados 10 min, chegámos à base, depois do condutor do autocarro, que ia mesmo à minha frente, ter cumprimentado cerca de metade da população da Argélia, visto parecer conhecer toda a gente. Passamos pelos portões e dali a nada estacionámos.
Querem saber mais? Amanha há mais!
