sexta-feira, 18 de julho de 2008

Encanto africano I

Vou então contar-vos a minha terça e quarta feira…

Segunda-feira saí de Lisboa às 22.20, porque estranhamente o voo saiu a horas! Ora uma hora de viagem até Madrid mais o acerto do fuso, quando lá cheguei eram 00.30.
Apanhei a mala e lá fui de táxi ate ao hotel. Chegar ao hotel, fazer o check-in, uma da manha estava na cama, pronto para dormir. Mas claro que eu como sou, não consigo adormecer logo… volta para um lado, volta para o outro… Ainda eram 2 da manha a ultima vez que olhei para o relógio. Mas pronto, passado pouco tempo, lá adormeci!

E o que acontece às 4 da manha? O meu despertador começa a tocar, eram horas de levantar para ir apanhar o autocarro para o aeroporto. Levantar, tomar banho, vestir, arrumar tudo, 4.30 já estava ao lado do autocarro com o pistolas e o Paulinho, outros dois tugas que andam a furar na Argélia.

Tuca tuca, autocarro parte para o aeroporto, fazer o check-in, ir para a sala VIP tomar o pequeno-almoço, passar os olhos pelo mail, hora de embarcar. Quando fazem a chamada para o nosso voo, como o Paulinho tinha vários electrodomésticos fora das suas várias mochilas (portátil, telemóveis, discos externos…), fomos os últimos a abandonar a sala. Saiu connosco uma das mulheres que trabalha no check-in deste voo que vamos apanhar que é fretado pela Repsol em parceria com a Cepsa.

Obviamente, quem é que já é grande amigo desta mulher? O Sr. Pistolas. Ela é brasileira, tem cara de porca por causa do nariz com narinas enormes e tem um rabo duas vezes maior que o meu, por isso imaginem bem o tamanho!!! Então lá vinha ela e o pistolas em amena cavaqueira, à qual o Paulinho fez toda a questão em se meter. Ora eu como sou um pessoa extremamente simpática, comecei a participar também. Então íamos ali a caminho da porta de embarque, a falar sobre o Brasil, onde gostávamos de ir, fazer praia, cenas e tal. Foram uns cinco minutos de conversa em que os 4 participámos.

Passamos porta de embarque, apanhamos o autocarro e lá vamos nós para o avião do costume, um avião com lugar para mais de cem pessoas e vão lá dentro só uns 20 tristes para a Argélia… Comemos o segundo pequeno-almoço e a mesma brasileira, que tambmém ia connosco no voo, começa a distribuir os papeis para preenchermos para entregarmos à entrada na Argélia. Como houve uma pequena alteração nesses papeis e como nós éramos poucos, ela estava a explicar um a um, onde preencher a data de nascimento e o local. Falou com o Pistolão e com o Paulinho e passado um bocado chegou a minha vez. Chega ao pé de mim e explica-me aquilo tudo mas em espanhol. Eu no fim, pessoa educada que sou, digo-lhe um cordial “Está bem, obrigado!”. Não é que a porquinha olha para mim com um ar muito admirado e diz “Ah!! És português??” O que é que ele pensava?! Que há bocado tinha estado a falar com o único espanhol que sabia falar português?! É que eu tinha estado a falar directamente com ela, a dizer que gostava de ir este Inverno ao Brasil, ir a São Paulo, Rio de Janeiro e outro sítio com muita praia… Será que o ar de porquinha também vem associado à burrice? Enfim…


Chegámos à Argélia às 7.30 horas locais (as mesmas que em Portugal), saímos do avião, a caminho do autocarro e somos esperados, como de costume, por vários militares de espingarda ao ombro, não fosse a malta começar a atirar os garfos de plástico contra os outros aviões e danificar alguma daquelas preciosidades… Tudo com ar de meninos bem comportados, para não apanhar um balázio nos cornos, entramos no autocarro que nos vai levar ate ao terminal, viagem esta que demora uns 35 segundos, graças aos 100m que nos separam entre o avião e o terminal.

Saímos do autocarro, mostramos o visto, andamos mais uns metros, mostramos o visto, o passaporte e os papeis preenchidos no avião, avançamos para o militar seguinte onde entregamos o papel a dizer que objectos de valor levamos (portátil, telemóveis, maquina fotográfica e disco externo), vamos buscar a mala à passadeira, pomos a mala e a mochila no raio-x para verem que tipo contrabando fazemos (desta vez ninguém quis mexer nas minhas boxers sujas nem tive que exibir o meu magnifico francês…) e passamos a última porta, onde já não há mais interrogações, controlos e olhares de cima a baixo.

Por detrás dessa porta, está sempre um homem da Repsol à nossa espera, que fica com os nossos passaportes para nos arranjar o “desert pass” que é como o nome indica, o papel que nos dá permissão para andarmos no deserto, a apanharmos aviões e fazer um numero estúpido de kms de jipe.

Falo com ele, no meu melhor francês, e ele diz-me que o meu voo é às 10 da manha, por isso ia tratar do desert pass e que depois era só embarcar. Vou-me sentar numas cadeiras no canto da sala e entretanto o pistolão e o Paulinho também já estão despachados e sentam-se ao meu lado.

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