segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mais uma viagem para a Argélia - Parte II

Então lá fomos nós, sempre pela faixa da direita, entre os 40 e os 50, com 10 metros de distância aos outros carros, em todas as direcções. Passados uns 20 minutos lá chegámos ao aeroporto (20 minutos porque a 2ª circular estava muito boa! Adoro Lisboa no verão para andar de carro e estacionar!). Lá vamos em direcção ao parque, porque ela insiste em percorrer comigo todos os centímetros possíveis ate me largar a dizer muitos adeus e a esbracejar imenso, como se eu fosse para a guerra no Iraque e só voltasse daqui a 2 ou 3 anos…

Ao entrarmos no parque, sinto sempre um arrepio na espinha. Uma das últimas vezes que entrei com a minha mãe lá, ela ao arrumar entre dois carros, não é que um dos outros carros, mesmo desligado e com o travão de mão bem para cima, conseguiu saltar para a frente dela?!?! Ele há coisas…

Aconselho-a a estacionar num lugar não tem carros de um dos lados, não vá o maroto fazer das suas outra vez.

Tiro as malas e lá vêm as mesmas perguntas, iguais às de há bocado e às de ontem e às da semana passada e às da última viagem, etc etc.

“A que horas chegas a Madrid? Dá-me um toque quando chegares. A que horas chegas à Argélia? Dá-me um toque quando chegares. Em que dia vais para a sonda? (Sim, ela já aprendeu a dizer sonda!) Dá-me um toque quando lá chegares. Não tens rede?!? Liga-me quando chegares. Vê lá se te alimentas. Não apanhes sol. Que turno vais trabalhar?"..... E por aí fora….

Agora o aeroporto de Lisboa, tem uma primeira linha de segurança, antes de se fazer o check in, onde só podem ir as pessoas que têm bilhetes. Ora os meus bilhetes são sempre electrónicos, logo, não tenho bilhete para mostrar. Desta vez, disse ao segurança para onde ia e em que companhia ia, e visto estar acompanhado de uma mochila e uma mala, ele até desconfiou que eu estava a dizer a verdade e por isso deixou-me passar.
Na vez anterior, foi uma mulher segurança, muito irritantezinha que veio falar comigo e eu ao dizer que o bilhete era electrónico, ela pergunta qual a companhia e o destino. Ao qual eu respondi “Vueling, destino Madrid” e ela “Ah a vueling tem voos para Madrid hoje de manha?”…. O que é ela queria que eu respondesse? Sim? Parece sim que sim? Queres ver que me enganaram? Eu sabia que não devia ter confiado nestas coisas novas da Internet…

Mas pronto, esta semana correu tudo bem, como cheguei ao check in mais de duas horas e meia antes do voo, não tinha fila nenhuma e num minuto já tinha o famoso bilhete na mão. Nesta altura, ainda a minha mãezinha estava ao meu lado, graças à profissão dela, ela tem um cartão que a deixa entrar em quase todo o lado, tipo concertos, estádios de futebol, cinema e neste caso, a zona do check in do aeroporto.

Comecei a dirigir-me discretamente para o controlo de metais, para ver se podia ir à minha vidinha e minha mãe ia à dela… Ao que ela começa “ai isto aqui é tão desconfortável, devia ter umas cadeiras para as pessoas se sentarem enquanto esperam…”. Percebi logo que ainda ia ter companhia durante uns minutos… Vá… É minha mãe, vou lhe fazer o gostinho.

Decidiu então, como faz sempre, ligar aos meus avós para a última despedida. Lá atendeu o meu avô, ela passa-me o telefone e entre as celebrações do outro lado e todos os desejos de saúde e boa sorte, só consigo enfiar entre as frases dele, uns “Sim…obrigado…adeus…um abraço…sim sim…. Obrigado…adeus adeus… um abraço….adeus adeus…”, depois vem a minha avó, que abre logo a conversa com um “Alluuuuu”, extremamente estridente!!! Depois, a mesma conversa do meu avô, as boas sorte e essas coisas todas, apenas juntando a parte religiosa. Avisa-me que a santinha vai comigo, que ela vai tomar conta de mim, que vá e volte com a santinha e coisas dessas (a quantidade de viagens que a santinha tem feito comigo nos últimos tempos é incrível!! Ela deve detestar este meu trabalho, a mulher mal pode descansar, porque anda sempre numa roda viva de um lado para outro). Despeço-me também da minha avó e olho para a minha mãe com ar de quem se quer despachar…

1 comentário:

Efémera disse...

É sempre bom termos pessoas a despedirmo-nos de nós.
Já não tenho a felicidade de ter os pais dos meus pais de corpo presente, por isso aproveita bem. :)