Ontem à noite, era 1:30 da manhã e dei por mim a ver um filme português... Porquê? Não sei bem, mas o filme chamava-se “Mal” e pelo nome decidi tentar dar uma chance.
Claro, que passado uns minutos, vi que aquilo não tinha ponta por onde se pegar...
A qualidade da imagem era péssima, o filme era dos anos 90 mas a qualidade da fita dava a ideia que o filme era do princípio dos 80, o som era péssimo, as dobragens mal feitas, o som ambiente estava muito mais alto que o som das personagens a falar, actores maus e outros a roçar o péssimo, maus cenários e maus enquadramentos.
Não sou nenhum especialista mas dá para ver que o filme era muito fraquinho mesmo. Mas o que me chamou a atenção e o que me fez escrever este post foram dois diálogos.
No primeiro, estava um homem casado e a sua amante, num quarto a vestirem-se. Ele já estava a compôr a gravata e ela estava de cuecas e soutien. Nesta altura, ele recebe um telefonema da mulher e claro, como bom infiel, atende o telefone todo querido e trata-a por amor e essas coisas todas. E vai daí, a amante diz:
“Ai que bonito, tão amoroso a falar com a sua mulher...”
Ao que ele responde, com toda a sensualidade de um actor português metido num filme ainda pior:
“Bonito, bonito, são os colhões a bater no pito!!” E vai-se embora...
Eu pergunto... Será que alguém chega mesmo a usar estas frases nas conversas?!?! Algum homem chegou a usar esta frase? Será que houve amantes que chegaram a ser mal tratadas verbalmente com frases deste tipo? Hesito...
No segundo diálogo, a cena começa com a actriz principal, deitada numa marquesa, de pernas abertas e a sua ginecologista está a examiná-la. A médica finge que está a usar um tipo qualquer de instrumento (não sei o nome, porque lá está, nunca fui a nenhuma dessas consultas) e a paciente de repente dá um salto na marquesa. Ao que a médica pergunta:
“Magoei-te?” O que é que achas minha cabra?!?!? Achas que tocaste num sítio especial e a pobre da mulher teve um orgasmo automático?!?! Ela é médica, devia saber uma coisinha ou outra, sobre aquela zona.
Mas quem escreveu o guião, não satisfeito com esta parte da cena, acrescentou outra fala, apenas alguns segundos depois. A médica continua a examinar e mais uma vez abre o livro com a pergunta:
“E aquele corrimento, nunca mais voltou?” O que é isto?!?! “Aquele corrimento??” Gosto do ar de amizade com que ela diz “aquele”, como quem diz “E então aquele teu namorado” ou quando dois amigos se despedem e dizem “Vá man, aquele abraço!”. AQUELE!! Muito bom!! E além do “aquele”, será que era mesmo necessário esta fala no filme? Será que o filme deixava de fazer sentido sem aquela fala?? Será que a história não batia certo sem aquela fala?
Eu sei quem é que não bate certo, são os guionistas em Portugal. Antes tínhamos aquela bela série portuguesa, chamada “Riscos” em que os personagens, supostamente adolescentes com problemas como todos nós, usavam expressões no dia-a-dia que ninguém usava. E agora temos a pseudo-continuação, chamado “Morangos com Açucar”, em que os pseudo-actores, dizem frases que nunca ouvi ninguém dizer na rua, dizem expressões e palavras, que ninguém usa na escola, a não ser que queira ser gozado para todo o sempre.
Quando alguém se magoa na série, o actor é capaz de gritar um bom “Porra!” ou mesmo ainda um “Poças!!”, e toda a gente sabe, que um adolescente normal gritaria um desanuviante “Foda-se!!” ou um clássico “Caralho!!”.
A verdade, é que os diálogos são assim mas os adolescentes continuam a ver estas séries, mas pergunto-me, será que se as raparigas escolhidas para os papéis não fossem tão giras, será que algum rapaz perdia tempo a ver esta série, principalmente depois de ter saído o PES2008?!?!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Os guionistas portugueses claramente não vivem no mesmo mundo que o resto que nós. O que os faz crer que a vida real é assim? Claro que há de tudo e certamente que a expressão 'aquele corrimento' já deve ter sido utilizada nalgum consultório médico.
E sim, há gente que se comporta como os tipos dos Morangos e quanto ao Riscos nós até conhecemos o indivíduo que serviu de inspiração original para a série.
Agora transformar a excepção na regra é o problema. Resultado, os putos de hoje em dia que papam estas séries todas são ridículos, falam de uma maneira incompreensível e comportam-se como anormais... Deixa a televisão enquanto ainda é tempo!!!
Enviar um comentário