Ontem de manha, sem como nem porquê, vi 15 minutos da minha vida serem perdidos, deitados pelo cano, e nunca mais os vou reaver.
Passo a explicar,
Como é costume, cerca das 7 e meia da manha, recolho ao meu quarto, já de pequeno-almoço tomado. Ora ontem, quando estava a desligar o portátil, o meu chefe da noite chama-me e diz para ir com ele e saí do contentor/escritório. Como ele e o chefe de dia tinham estado a falar de certificações e calibrações ainda há uns momentos atrás, eu lá fui atrás dele, à espera que ele me fosse mostrar alguma ferramenta ou algum tubo que tivesse a falada certificação de calibração.
Segui-o à porta do contentor/escritório e lá fomos nós a apanhar Sol nas trombas e eu sem óculos de Sol (os meus olhos são muito sensíveis à luz, mania de ser homem sensível mas que joga na equipa certa!). Continuamos a andar, a passar pelos vários contentores mas andar na direcção contrária ao local onde armazenamos as coisas.
Caladito, lá continuo a andar… passamos pela enfermaria, passamos pela fileira de quartos onde eu durmo, passamos pela fileira de quartos onde ele dorme e quando dou por mim estamos a andar para o arame farpado que divide o nosso campo/rig e o mundo exterior (vulgo deserto)… Nessa altura, decido perguntar…
Eu: Mas para onde é que estamos a ir?
Ele: Vou ali mostrar-te uma coisa.
Mau…Quando reparei, estava a olhar para as mãos dele a ver se tinha alguma faca, tesoura, canivete, chave de fendas, qualquer coisa com que me pudesse no mínimo pôr inconsciente e pedir algum resgate ao 7 leitores do meu querido blog. As mãos não tinham armas, só uma máquina fotográfica!
Pensei eu “Queres ver que ele quer que eu lhe tire umas fotografias para ele pôr na Internet?” (tema para outro post, depois percebem que isto tem fundamento!)… continuamos a andar e só paramos a 2 ou 3 metros do arame farpado.
Ele põe-se a olhar para o chão e começa a apontar, “vês, vês?” diz ele orgulhosamente. Eu não vejo nada e como não sou de dizer sim só porque sim…
Eu: Vejo o quê?
Ele: Aqui está a coluna vertebral, a cabeça, o peito, os olhos…
“Hâ?!!? Do que é que ele está a falar? Será que encontrou o cadáver de algum antepassado dele?”
Eu: Mas do quê? (já com medo que ele tivesse perdido completamente o juízo)
Ele: Animais, morreram aqui animais!
Ponho-me a olhar para o chão, para os sítios onde ele apontava… Vejo realmente rochas com tons diferentes e texturas diferentes, mas faz sentido, o “bulldozer” tinha andado a remexer o terreno para criar uma mini duna onde pôr o arame farpado.
Ele aponta para uma banda estreita mas contínua de rocha que está destapada pelo vento.
Ele: Vês? Isto aqui é a coluna vertebral…
Eu só via que havia precipitações de calcário (desculpem a terminologia geek de geologia) numa falha da rocha. Ele continuava a agarrar pedras do chão e a dizer que aquilo era a cabeça, onde havia pequenos buracos ele dizia que eram os olhos e calhaus mais rolados era a cabeça do fémur dos animaizinhos…
Senti-me num episódio dos apanhados. Ainda olhei à volta à espera de ver o Nuno Graciano muito contente a filmar aquilo tudo, mas o sacaninha não aparecia!
O meu chefe, ainda tentou tirar fotografias a todas as “evidências” que só na cabecinha dele existiam, mas esqueceu-se de pôr a máquina a carregar, por isso estava sem pilhas…
Ainda estivemos ali vários minutos, eu a tentar encontrar alguma coisa que me fizesse acreditar no que ele dizia, mas ele ainda teve tempo para dizer,
Ele: Se calhar estava grávida…
Eu: Quem?
Ele começa a andar em cima do que “era” o peito e a cabeça e diz,
Ele: Este era a mãe e as cabeças mais pequenas eram os filhos que ela tinha na barriga….
(Mas onde é que eu vim parar?!!?!)
Eu: Pois… não sei bem…
Continuei às voltinhas por ali, a fingir que estava achar aquilo interessante, quando uns metros abaixo, encontrei a continuação das precipitações de calcário, no mesmo enfiamento que as anteriores, comprovando a minha teoria que era uma falha preenchida por calcário que precipitou algures no tempo…
Ele: Bem, amanha volto para tirar fotografias, agora vou dormir…
“Obrigado Ala por teres posto juízo na cabeça deste pobre homem” pensei eu, enquanto me dirigia de volta para as fileiras dos quartos.
Ele: Vou ao escritório pôr isto a carregar, para amanha tirar as fotografias.
Eu: OK, eu vou para o quarto dormir, ate amanha…
E assim, perdi mais 15 minutos da minha vida, que foram passados com ar de parvo perante este episódio.
Confessem lá, já estavam com saudadinhas das histórias que estas pessoas me obrigam a viver!!
Passo a explicar,
Como é costume, cerca das 7 e meia da manha, recolho ao meu quarto, já de pequeno-almoço tomado. Ora ontem, quando estava a desligar o portátil, o meu chefe da noite chama-me e diz para ir com ele e saí do contentor/escritório. Como ele e o chefe de dia tinham estado a falar de certificações e calibrações ainda há uns momentos atrás, eu lá fui atrás dele, à espera que ele me fosse mostrar alguma ferramenta ou algum tubo que tivesse a falada certificação de calibração.
Segui-o à porta do contentor/escritório e lá fomos nós a apanhar Sol nas trombas e eu sem óculos de Sol (os meus olhos são muito sensíveis à luz, mania de ser homem sensível mas que joga na equipa certa!). Continuamos a andar, a passar pelos vários contentores mas andar na direcção contrária ao local onde armazenamos as coisas.
Caladito, lá continuo a andar… passamos pela enfermaria, passamos pela fileira de quartos onde eu durmo, passamos pela fileira de quartos onde ele dorme e quando dou por mim estamos a andar para o arame farpado que divide o nosso campo/rig e o mundo exterior (vulgo deserto)… Nessa altura, decido perguntar…
Eu: Mas para onde é que estamos a ir?
Ele: Vou ali mostrar-te uma coisa.
Mau…Quando reparei, estava a olhar para as mãos dele a ver se tinha alguma faca, tesoura, canivete, chave de fendas, qualquer coisa com que me pudesse no mínimo pôr inconsciente e pedir algum resgate ao 7 leitores do meu querido blog. As mãos não tinham armas, só uma máquina fotográfica!
Pensei eu “Queres ver que ele quer que eu lhe tire umas fotografias para ele pôr na Internet?” (tema para outro post, depois percebem que isto tem fundamento!)… continuamos a andar e só paramos a 2 ou 3 metros do arame farpado.
Ele põe-se a olhar para o chão e começa a apontar, “vês, vês?” diz ele orgulhosamente. Eu não vejo nada e como não sou de dizer sim só porque sim…
Eu: Vejo o quê?
Ele: Aqui está a coluna vertebral, a cabeça, o peito, os olhos…
“Hâ?!!? Do que é que ele está a falar? Será que encontrou o cadáver de algum antepassado dele?”
Eu: Mas do quê? (já com medo que ele tivesse perdido completamente o juízo)
Ele: Animais, morreram aqui animais!
Ponho-me a olhar para o chão, para os sítios onde ele apontava… Vejo realmente rochas com tons diferentes e texturas diferentes, mas faz sentido, o “bulldozer” tinha andado a remexer o terreno para criar uma mini duna onde pôr o arame farpado.
Ele aponta para uma banda estreita mas contínua de rocha que está destapada pelo vento.
Ele: Vês? Isto aqui é a coluna vertebral…
Eu só via que havia precipitações de calcário (desculpem a terminologia geek de geologia) numa falha da rocha. Ele continuava a agarrar pedras do chão e a dizer que aquilo era a cabeça, onde havia pequenos buracos ele dizia que eram os olhos e calhaus mais rolados era a cabeça do fémur dos animaizinhos…
Senti-me num episódio dos apanhados. Ainda olhei à volta à espera de ver o Nuno Graciano muito contente a filmar aquilo tudo, mas o sacaninha não aparecia!
O meu chefe, ainda tentou tirar fotografias a todas as “evidências” que só na cabecinha dele existiam, mas esqueceu-se de pôr a máquina a carregar, por isso estava sem pilhas…
Ainda estivemos ali vários minutos, eu a tentar encontrar alguma coisa que me fizesse acreditar no que ele dizia, mas ele ainda teve tempo para dizer,
Ele: Se calhar estava grávida…
Eu: Quem?
Ele começa a andar em cima do que “era” o peito e a cabeça e diz,
Ele: Este era a mãe e as cabeças mais pequenas eram os filhos que ela tinha na barriga….
(Mas onde é que eu vim parar?!!?!)
Eu: Pois… não sei bem…
Continuei às voltinhas por ali, a fingir que estava achar aquilo interessante, quando uns metros abaixo, encontrei a continuação das precipitações de calcário, no mesmo enfiamento que as anteriores, comprovando a minha teoria que era uma falha preenchida por calcário que precipitou algures no tempo…
Ele: Bem, amanha volto para tirar fotografias, agora vou dormir…
“Obrigado Ala por teres posto juízo na cabeça deste pobre homem” pensei eu, enquanto me dirigia de volta para as fileiras dos quartos.
Ele: Vou ao escritório pôr isto a carregar, para amanha tirar as fotografias.
Eu: OK, eu vou para o quarto dormir, ate amanha…
E assim, perdi mais 15 minutos da minha vida, que foram passados com ar de parvo perante este episódio.
Confessem lá, já estavam com saudadinhas das histórias que estas pessoas me obrigam a viver!!
4 comentários:
...mas o homem é maluco ou quê????
Tem cuidado com ele, q ainda te pode matar-te....Bjos. F.
O teu chefe tem imensa piada. Aposto que mesmo no meio do deserto não tens motivos para morrer de tédio.
Dá um "bejito" ao chefe e diz-lhe que vai da minha parte
AHAHAHAHAH
Outro para ti, claro!
Ana GG,
É verdade, há momentos muito "bons" por aqui, só tenho pena que nao haja mais gente normal a trabalhar cmg para poder ter testemunhas destas coisas...
Olha lá, é impressao minha ou eu sou apenas um meio para chegares ao meu chefe? :P
Beijinho
Bolas, descobriste-me a careca!
;P
beijinho
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